Em uma sociedade cada vez mais intensa e diversificadamente consumista

http://sociedadedeconsumista.blogspot.com/

Brincam nossos meninos, sonham dentro de nós o que fomos e o que seremos. Assim os meninos em cada homem, olham ternos nossos filhos: todas crianças do mundo de hoje!

Seu filho e a mídia

sábado, 24 de outubro de 2009

Win Wenders em "Janela da Alma"

A maioria das imagens que vemos não tentam nos dizer algo, mas nos vender algo. Na verdade, a maioria das coisas que vemos, revistas, televisão... Tentam nos vender alguma coisa. Vemos tantas coisas fora de contexto. A maioria das imagens que vemos são vistas fora de contexto. Mas a necessidade fundamental do ser humano é que as coisas comuniquem um significado [...] [..]como uma criança, ao se deitar... Ela quer ouvir uma história. Não é tanto a história que conta, mas o próprio ato de contar uma história... Cria segurança e conforto. Acho que mesmo quando crescemos [...] [...] Nós amamos o conforto e a segurança das estórias... Qualquer que seja o tema. A estrutura da história cria um sentido. [...]E nossa vida, de maneira geral, carece de sentido. Por isso temos uma intensa sede de sentido"

(Win Wenders em depoimento ao filme Janela da alma)

domingo, 28 de setembro de 2008

"Três cenas" por Rosa Maria Bueno Fischer

"Três cenas
Cena 1 – Meio urbano, cenário doméstico, atores
de classe média. A menina de 12 anos mal chega
em casa após um dia na escola (particular), e não consegue
sequer trocar de roupa: liga o computador e,
olhos em brilho, conecta-se ao MSN. Em segundos,
estará em contato online com cinco, dez, vinte amigos,
a maioria dos quais colegas com quem esteve há
menos de uma hora, ao vivo. A mesma menina aguarda
ansiosa o horário da novela das oito: desde seu
quarto, escuta a música-tema de abertura do folhetim
eletrônico, coloca-se temporariamente off-line no
MSN, vai até a sala, senta-se ao sofá, janta sob protestos,
está “vidrada” na tela. A seu lado, inseparável,
o celular: é possível que algum torpedo chegue a qualquer
momento, ou que alguém muito esperado ligue.
O ouvido, de longe, continua atento aos sinais emitidos
pelas entradas de possíveis novos amigos no MSN.
Hiperconectada, isso não a impede de conversar com
a mãe, responder a perguntas sobre novidades na escola,
planejar o próximo fim de semana com o pai, a
festa na noite de sexta-feira, o almoço com a madrinha
no domingo, ou combinar pelo telefone convencional
a pesquisa escolar na Internet, na casa de uma
amiga."

Rosa Maria Bueno Fischer

Ver mais em http://www.anped.org.br/reunioes/29ra/trabalhos/trabalhos_encomendados/GT04/2006%20Trabalho%20Encomendado%20GT%20Did%E1tica%20ANPED.pdf

Sobre Rosa Maria Bueno Fischer


"Rosa Maria Bueno Fischer é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil. É doutora em Ciências Humanas e Educação, pesquisadora do CNPq -- Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orienta investigações de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS. Seus estudos articulam as relações entre educação, arte, mídia e modos de subjetivação na cultura. Tem se dedicado particularmente a estudos sobre mídia e juventude. Além do livro "Televisão & Educação", escreveu "O mito na sala de jantar" (Porto Alegre: Editora Movimento, 1993, 2a. edição), que trata das narrativas televisivas e das mitologias de nosso tempo, analisadas sob o ponto de vista de crianças e adolescentes de escolas públicas do Rio de Janeiro."
Gilka Girardello em http://edrev.asu.edu/reviews/revp25.htm

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Conhercer as linguagens do audiovisual, as estratégias da publicidade e as armadilhas-cliches dos melodramas

É preciso estar atento e forte!

Veja sobre cultura e cultura de massa e canção brasileira em

Edgar Morin & Tropicália

Esse texto ajuda a pensar a questão da mídia em nossas mentes; midias e mentes, mentes midiáticas, midias mentirosas, mentes mediadas, remediadas... que remédio?

Compreender conceitos básicos por meio dos textos tão acessíveis de Edgar Morin é um começo possível. Precisamos ter perspectivas teóricas que nos auxiliem na nossa lida com essa "geleia" que, se deixamos, nos cobre até o pescoço, a saber, a Geleia geral (Expressão usada por Décio Pinatari que deu origem à famosa coluna de jornal de Torquato Neto). Vejam abaixo um exemplo da simplicidade e contundência do texto de Morim que você encontra no Edgar Morin & Tropicália:

[...] a cultura de massa é uma cultura: ela constitui um corpo de símbolos, mitos e imagens concernentes à vida prática e à vida imaginária, um sistema de projeções e de identificações específicas. Ela se acrescenta, à cultura nacional, à cultura humanista, à cultura religiosa, e entra em concorrência com estas culturas (MORIN, 1967, p. 18).
Edgar Morin & Tropicália

Aquilo que normalmente chamamos educação passa por esse processo mais amplo de "formação de sentidos", de "interacionismos simbólicos", de "trocas simbólicas", enfim, de representações que lidam com valores e sentidos fudamentais do humano. Essa resenha de parte das teorias de Morin relativas à cultura de massas coloca o espectador, ou o pai de um pequeno espectador, em um patamar tal de onde ele possa se localizar em pensamento relativamente ao turbilhão que leva seu barco, sua vida, rio abaixo, sem que sobre tal destrambelho ele tenha sequer alguma proposta de esboço de cenário traçado.

O estudo de alguns aspectos das formas de construções narrativas, especialmente os melodramas, dão uma visibilidade maior, uma imagem menos fosca, daquela crítica intuitiva que boa parte dos cidadãos vazem a extratagemas e jogadas narrativas "baratas" dos audiovisuais veiculados nos cinema e especialmente na televisão. Por esse lado, por hora, posso apenas oferecer o endereço de um sítio que trata de teoria do cinema - Teorias do cinema - e prometer, em breve, postar duas linhas de textos: introdução à linguagem do audiovisuao e passeios pelos mundos do folhetin e do melodrama.

Eu tenho uma forte crença, uma incansável esperança, no fato de que, cada vez mais um número maior de cidadãos tenha acesso a alguns conhecimentos técnicos, teóricos, históricos, relativos à construção de linguagens e narrativas que permeiam suas vidas e seus pensamentos sem que, sobre tal discurso, ele tão pouco possa reagir. O cidadão médio, mesmo com formação superior e nível cultural elevado, na grande maioria dos casos é um ator passivo dentro dos poderosos discursos dos quais a mídia lança mão para fazer valer seus propósitos, tão bem avaliados e comentados, na coluna ao lado, pelo cineasta Win Wenders.

Sandro Alves

quinta-feira, 26 de junho de 2008

tubos de imagem que vidram - tubos de vidro que imaginam


Em admiração às posturas libertárias de Sérgio Mambert


O primeiro passo nessa luta contra moinhos de vento (mas que eventualmente são abalados por nossos sonhos e atos) será instigar, convidar, fazer provocações aos adultos responsáveis pela formação de crianças e adolescentes, relativamente às dimensões e ao nível de gravidade dos problemas que envolvem tal universo temático.

A grande maioria da população ( "a grande massa"), não só tem seus sentidos, em larga medida, formados pelos meios de comunicação de massa, como tabém se encontra consideravelmente longe dos dialógos e saberes produzidos sobre as questeões pertinentes. As dificuldades que se apresentam a quem queira refletir os modos discursivos dos meios de comunicação -- os extratagemas e todo o aparato simbólico e material que molda os valores e sentidos da nossa sociedade são como um batalhão infinito de ilusionistas e mascates picaretas e carniceiros -- são invencíveis..
As incidências dos mas media sobre nossas vidas e sobre as cabeças de nossos filhos tem que sofrer alguma reação. E tal atitude, acreditamos, só tem efeito em sistemas descentralizados de comunicação, nos quais as diferenças são respeitadas e as diversidades valorizadades.

"Sonhar um sonho impossível" Chico Buarque a partir de Cervamtes); "A massa, na qual nos encontramos imersos, se queira ou não, já é a própria máscara!\" (Torquanto Neto). Ouçamos Torquato Neto e, diante das novas tecnologias do pós-midia, do universo digital, virtual e hipertextual, lancemo-nos, de corpo, alma e teclados nessa luta contra um inimigo aparentemente invencível:

"peçamos o impossível" (Cervantes), o aparentemente impossível. Não devemos esqauecer que nas novelas e telejornais tudo é muito mais apárência do que essência e sentido.


Apresento, de chofre, esse pequeno texto, para que iniciemos nosso diálogo-luta pela saúde mental, ideológica, simbólica e imaginária de nossos meninos; nossos meninos dentro de nós, e nossos filhos, pedaços de nós! Descentralizadamente e à margem na medida do possível, será natural respeitar as diferenças e promover à diversidade!

Sandro Alves